segunda-feira, 12 de abril de 2010

Nem tudo o que parte se volta a colar

"Pedes-me um tempo,

para balanço de vida.

Mas eu sou de letras,

não me sei dividir.


Para mim um balanço

é mesmo balançar,

balançar até dar balanço

e sair..

(...)

Agarras a minha mão

com a tua mão

e prendes-me a dizer

que me estás a salvar.

De quê?

De viver o perigo.

De quê?

De rasgar o peito.

Com o quê?

De morrer,

mas de que paixão?

De quê?

Se o que mata mais é não ver

o que a noite esconde

e não ter

nem sentir

o vento ardente

a soprar o coração...

(...)


Esqueces que às vezes,

quando falha o chão,

o salto é sem rede

e tens de abrir as mãos.

(...)

Pedes-me um sonho

para juntar os pedaços

mas nem tudo o que parte

se volta a colar.
(...)




Nem tudo o que parte se volta a colar.
Nem tudo que um dia foi tem que voltar a ser.
Nem tudo volta a ser do modo como queriamos.
Nem tudo é como queriamos que fosse.
Nem tudo em nós é como deveria ser.
Nem tudo na vida é perfeito. Nem nós. Nem aqueles de quem gostamos.

"Eu sei que ainda somos imortais. Se nos olhamos tão fundo, de frente.
Se a minha vida for por onde vais. A encher de luz os meus lugares ausentes"

3 comentários:

  1. "nem tudo o que parte se volta a colar" perfeito* adorei

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  2. AI, tinhas que pôr esta música aqui, logo esta, que bate mesmo cá no fundo.
    No fundo, no fundo é aquele "mas eu sou de letras" que a torna espectacular :P

    "Esqueces que às vezes,
    quando falha o chão,
    o salto é sem rede
    e tens de abrir as mãos."

    É tão isto.
    E a mulher vai-me à Queima :')

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  3. Pode ser verdade que "nem tudo o que um dia foi tem de voltar a ser", mas é exactamente isso que faz com que valha a pena.
    Um dia de cada vez. E nada fica para trás. Levas sempre um pedaço, e outro, e outro. Quando dás por ti, tens uma vida de pedaços.

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