segunda-feira, 12 de abril de 2010

Nem tudo o que parte se volta a colar

"Pedes-me um tempo,

para balanço de vida.

Mas eu sou de letras,

não me sei dividir.


Para mim um balanço

é mesmo balançar,

balançar até dar balanço

e sair..

(...)

Agarras a minha mão

com a tua mão

e prendes-me a dizer

que me estás a salvar.

De quê?

De viver o perigo.

De quê?

De rasgar o peito.

Com o quê?

De morrer,

mas de que paixão?

De quê?

Se o que mata mais é não ver

o que a noite esconde

e não ter

nem sentir

o vento ardente

a soprar o coração...

(...)


Esqueces que às vezes,

quando falha o chão,

o salto é sem rede

e tens de abrir as mãos.

(...)

Pedes-me um sonho

para juntar os pedaços

mas nem tudo o que parte

se volta a colar.
(...)




Nem tudo o que parte se volta a colar.
Nem tudo que um dia foi tem que voltar a ser.
Nem tudo volta a ser do modo como queriamos.
Nem tudo é como queriamos que fosse.
Nem tudo em nós é como deveria ser.
Nem tudo na vida é perfeito. Nem nós. Nem aqueles de quem gostamos.

"Eu sei que ainda somos imortais. Se nos olhamos tão fundo, de frente.
Se a minha vida for por onde vais. A encher de luz os meus lugares ausentes"

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Memórias

Quando te olhei pela primeira vez não te dei o mínimo de valor. Quando te usei pela primeira vez pesavas-me e davas-me dores. Até que te comecei a sentir. Comecei a chorar em ti, a sorrir em ti. Foste a única que assistiu a tudo sob o meu ponto de vista, foste a única que viu tudo à primeira como eu queria que fosse visto. Nunca me falhaste. Falhei-te mais eu a ti. Falhei-te sempre que duvidei de ti. Falhei-te sempre que nos questionei. Falhei-te sempre que achei que não eramos capaz. Mais que isso, falhei-te quando desisti de lutar por nós. E houve um dia em que voltei, em que não quis que a nossa história acabasse e tu continuaste a lutar por nós como sempre, ao contrário do que eu tinha feito. Criámos memórias, conquistámos lugares, fizemos história.. sempre juntas! Nós e as outras que estiveram ao nosso lado. Fomos grandes, fomos intensos, fomos verdadeiros, fomos leais. Todas as memórias que tenho guardo-as em ti. Tu que viste tudo. Tu que me protegeste nas noites mais frias. Tu que me irritavas nos dias de sol abrasador. Tu que tantas vezes me fizeste ficar. Por ti, que tantas vezes me contive. Nem tudo contigo foi bom. Houve vezes em que só te queria fora de mim, longe de mim. Chegando ao final de mais uma etapa (talvez a última..) sei que fizeste todo o sentido. Foste a que mais amei e a que mais odiei. E continuas a ser. Vou sentir a tua falta, agora que o tempo vai ser menor. Entristece-me saber que já nos resta tão pouco para viver.
Gostava que continuassemos a fazer história, mas o tempo há-de nos mostrar o futuro. De qualquer forma se partirmos, parte de consciência tranquila. Com a consciência de que fomos o melhor que conseguimos. E parte com a certeza de que foste o motivo do meu grande amor, a razão para a minha enorme convicção e o orgulho de todo o meu suor.. (minha capa..)